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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Sociedade debate mendicância e criminalidade






   Aproximadamente 100 pessoas estiveram presentes no debate que atendeu o requerimento do Vereador Anisio Premoli que discutiu os problemas de mendicância, criminalidade e andarilhos.
   O vereador Anisio abriu a sessão declarando que o reflexo das políticas sociais em vigor em todo o Brasil começam a atingir a nossa região.
   A nossa cidade que é considerada exemplo de pessoas hospitaleiras, e de bom coração está sofrendo com os problemas criados em outros centros e começam a migrar para cá. Por estar geograficamente localizada no corredor que liga os estados do Sul, Araranguá está em evidência e desperta a atenção das pessoas que estão num eterno processo migratório, sem perspectiva de emprego ou tentar se solidificar.
   Isso se soma aos cidadãos araranguaenses atingidos pela desgraça das drogas ou da falta de amor de próprio, que entregam suas vidas ao acaso. São pessoas em risco social que tem um único objetivo: sobreviver ao dia de hoje.
   Típico das grandes cidades a aglomeração destas pessoas consolida uma série de outros problemas como o aumento da marginalidade, risco à saúde e degradação da infância e adolescência.
   São seres humanos sem amparo para buscar uma alternativa de vida e podem se tornar um grande problema, logo, cabe à sociedade discutir uma solução para que Araranguá e estas pessoas possam ter um perspectiva futura diferente do que o destino está encaminhando neste momento.
   Em sua fala o delegado Jorge Giraldi apontou como solução o encaminhamento dos andarilhos para suas famílias, a criação de um campanha de incentivo para a não doação de esmolas, fato que está alimentando o crime, a humanização da praça Hercílio Luz para coibir a permanência de andarilhos e usuários de drogas. Citou ainda a cobrança de providências do proprietário do BR Shopping, declarando que se estas pessoas não tiverem onde se abrigar elas não permanecerão na cidade.
   Soraia Lummertz, diretora do CDL propôs a revitalização da praça com a intenção de transformar o local na "Praça do Bem." A utilização da praça para eventos, como o Natal Verão, mostraram que o local ficou livre dos problemas durante todo o evento.
   Para Wolmar Giusti, presidente da OAB-Araranguá declarou que a solução focada para a praça e o BR Shopping vai transferir o problema para outros locais da cidade. Os problemas não são os locais, mas as condições sociais. Declarou ainda que a situação só não é pior pela eficiência das polícias civil e militar e apontou a instalação de um posto para a PM no local seria parte da solução no centro da cidade.
    O Vereador Rony falou que os vereadores aprovaram o orçamento para a Secretaria do Bem Estar Social  no valor necessário para seu funcionamento e que a pasta deve ter mais responsabilidade. Redimiu a atual secretária por ter assumido a pasta há pouco tempo, citando que o problema é antigo.
   Dione Cesa falou que assim como foram criados planos para a saúde, citando o SUS como exemplo, a assistência social está em um momento ímpar, onde estão sendo discutidos os planos e diretrizes para o setor. Chamou os Consegs para auxiliar na abordagem do tema e fazer parte da solução. Sugeriu ainda a criação de uma casa para tratamento de dependentes químicos.
   Dilnei Almeida questionou a Diretora do Bem Estar Social perguntando se sua pasta está realizando algum trabalho de direcionamento para estas pessoas. A diretora Jucélia Costa  informou que este trabalho está sendo feito, mas a situação e solução são complicadas, uma vez que as próprias famílias estão desmotivadas e abandonaram estas pessoas nas ruas.
   Solene Feltrin, presidente da UAMA também apontou a capacitação das famílias para resgatar as pessoas das ruas, pois o vínculo familiar está se perdendo.
   Bruno relatou o caso de um usuário de droga em sua propriedade e delatou aos pais. Os mesmos relataram que há 10 anos dormem trancados no quarto por medo do filho. Também citou uma campanha contra esmolas como parte da solução.
   Para Bárbara Souza, diretora do Presídio Regional de Araranguá o ato de não dar esmolas pode aumentar o número de furtos, uma vez que os dependentes fazem qualquer coisa para aumentar o vício.
   Enedir Coelho, representando os taxistas, declarou a droga está espalhada em toda a cidade e em todas as classes sociais.
   Antonio Carlos, da Secretaria Municipal de Saúde, declarou o problema dos andarilhos e criminosos gira em torno de um ponto em comum: a droga. No caso dos andarilhos o problema é de ordem social, uma vez que são passageiros em nosso município. Já a criminalidade precisa do empenho das policias civil e militar.
   Anisio Premoli apontou que a culpa para o problema é dos próprios políticos, pois se tivessem discutido o problema há tempos e criado programas sociais eficientes hoje não estaríamos sofrendo estas desordens. Anisio ainda apontou a educação como ferramenta essencial para a não proliferação da mendicância, drogas e crimes.
   Jadna Farias apontou os comerciantes como os mais afetados por estes problemas na região central, pois os mendigos atormentam os clientes.
   Leandro da empresa Admitt declarou que existem projetos, soluções e verba, o que falta é estabelecer prazos. Falta tomar iniciativa com agilidade.
   Cabo Merêncio, do Conselho Tutelar, apoiou campanha contra as esmolas e pediu uma campanha publicitária, envolvendo os órgãos da imprensa para divulgar os malefícios e o destino das esmolas. Pediu ainda a imediata criação de uma clínica para dependentes recolhidos na rua.
   O vereador Chico citou que a iluminação adequada das casas inibe a ação de pessoas mal intencionadas. Declarou também ser favorável a campanha contra esmolas.
   Jairo João Antonio sugeriu a criação do fórum "Desumano nem Pensar". Apontou que as pessoas que estão nesta situação são criadas pela própria sociedade. Desafiou os órgãos a pesquisar projetos que já deram certo em outras esferas. Citou o bullying como um problema real e palpável. Também falou que apontar as responsabilidades é fácil mas todas as pessoas deviam fazer a sua parte.
   O empresário Gonzaga, da Antares Construções, declarou que este é um problema de educação, saúde e de polícia. O ideal para tirar as pessoas das ruas seria através da educação. Já para os criminosos infelizmente a solução tem que passar pelas ações policiais.
   O Major PM Decarlos apontou que a praça central é um ambiente público que foi abandonado pela administração e tomada pelos andarilhos. Colocar um posto da PM só vai desviar os problema para outros locais e que na praça é um problema de ordem pública e não de segurança pública.
   Alcindo Crepaldi, do Albergue São Marcos, citou que por mês passam de 140 a 200 pessoas pelo albergue e que a responsabilidade por estas pessoas é de todos.

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